Permita-me usar do tão falado, quando estava na faculdade, recurso do hipertexto. Primeira parada. Leia como mudou a construção do responsável pelas novas atrocidades americanas no Iraque. Como a eleição ampliou o que antes e focava como um ataque à Bush e sua cúpula, neste texto, de Emir Sader. Meu coração está em Faluja. Voltou? Até a Madonna, está vendo seu país, da Inglaterra, e de forma diferente. Madonna pede retirada de tropas americanas do Iraque
Uma amiga minha mandou algo que me comoveu muito. Veja da primeira até pelo menos a sexta página da galeria de fotos deste website. São norte-americanos, centena deles, e o site sequer consegue processar a enxurrada de imagens que chegam, pedindo desculpa ao resto do mundo pela eleição de Bush. Uns xingam quem votou nele de idiota, outros pedem “asilo”, no Canadá ou no resto do mundo.
Olhem nos seus olhos, fotos tiradas em suas casas, a maioria jovem, entre brincadeiras e olhar desoladores, um dos atos mais simpáticos de viver sociedade. Pedir desculpa. Não desculpas por serem americanos. São o que são. Pedem do que os Estados Unidos é e estar se tornando mais.
Dizem terem tentado ao máximo, feito campanha, mas não deu. Talvez o mais tocante sejam aqueles que dentro da paranóia terrorista fermentada, ou antevendo contornos mais sombrios para o futuro, ou a lei do retorno, pedem para não serem bombardeados, temem pela vida até 2008, lembram que seus estados não votaram em Bush.
São a minoria. Bush, se não houve roubo, venceu de forma “legítima”.
Típico do sistema “tudo ou nada”. Fica uma “minoria” desamparada de 48%, de um sistema político que não dá opção real, a deriva em um país cada vez mais fanático, egoísta e disposto a impor sua verdade e principalmente manter seu padrão de consumo e reflexão autista custe o que custar para os outros. E no final da conta certamente custará para eles também.
O nome é Sorry everybody. E é só clicar no link.
Voltou?
Triste, não é? Humanos dentro dos vagalhões dos sonhos dos megalomaníacos e oportunistas que nos separam.
E a maioria dos iraquianos, que sem escolha, nunca pediram para ser bombardeados, não votaram para isso, e o são? E os que estão à deriva, de arma ou não na mão, em Faluja, neste massacre democraticamente referendado e aceito?
“Morram. Pois essa é a decisão democrática da maioria dos americanos!”
Mais do que pedir desculpas, as imagens de Sorry Everybody são um contato com o mundo. Um alô para nos lembrar que ainda existem humanos lá dentro. Enquanto outros internalizam o mal, banalizam o mal, espetacularizam o mal (nada menos contraditório hoje em dia do que espetáculo e banal), institucionalizam o mal, agitam bandeirinhas e gritam histéricos “Four more year”, ignorando o mal que infligem ao outro. Estes ignoram o outro. Consiguiremos ser melhores que eles?
Alguém tem solução? O humanismo tem solução para este mundo onde os EUA, sentados em um imenso arsenal nuclear, se arrogam no direito de atacar qualquer lugar da terra, ou pessoa que julgarem ameaça, não a sua segurança, mas ao seu poder? Dos presos sem acusação em Guantánamo, a escalada de mentiras da Guerra do Iraque, alguém dimensiona o que é vivermos, e vivemos, com isto como horizonte e fundamento? Será que teremos saudade da Teoria da Destruição Mútua da Guerra Fria, cuja noção era mais pacífica que a atual, entre guerras preventivas, e perspectivas reais de uso de armas nucleares, pelos Estados Unidos, por estados ameaçados por ele e em ataques terroristas?