- Do caso de ofensa racista de Leandro Desábato ao jogador Grafite, tudo que tenho a dizer é:
- que a atitude do Grafite foi o máximo, tipo 0,7. Concordo que ele deve sofre inquérito e Grafite estava certo em fazer a queixa
- que os jornais Argentinos como o Olé tem que ter noção da realidade e do limite das coisas- que patético o Agnelo Queiroz, ministro dos Esportes, meter o executivo no caso para tirar uma casquinha da repercusssão na mídia. Este sim quis aparecer. Espero que tenha tido a decência de ter consultado o Itamaraty antes, mas duvido
- que a assessoria de imprensa do secretário de Segurança Saulo de Castro Abreu Filho trabalhou em cima da pinta, e que a "alta cúpula de segurança", que fez ele também aparecer em cima da prisão
- que Galvão Bueno atingiu o gozo máximo e objetivo maior de sua carreira - estimular um incidente diplomático com a Argentina, pouco tempo antes de um confronto entre as seleções em Buenos Aires. Preparem-se! Se os argentinos forem espertos e quiserem dar o troco, basta acompanharem a transmissão da partida e o Galvão sairá preso do estádio...
sábado, abril 16, 2005
sexta-feira, abril 15, 2005
Eu: EGO, SUPEREGO, ID e HD
O Estado sou eu – disse Luis XIV, monarca absolutista da França. Está em um estado lastimável – disse-me o técnico em computação. Falava do meu HD. Arrematou o diagnóstico: este é péssimo, talvez até de segunda mão, por isso estava lento. Já veio ruim e está piorando a cada dia. Fez bem em trazer. Já está dando problema na memória e você corria risco de ter uma pane geral e perder tudo. Tudo? Tudo.
Tive uma impressão de que falava de mim. O HD sou eu? – perguntei-me Eu I (não acredito em reencarnação...). Sentia-me improdutivo, o tempo rendendo menos que meus colegas, como se menos esperto e capaz. O trabalho e stress acumulando, quase a me dar um pau. Seria mesmo eu, ou a minha extensão, os meus periféricos? Onde acaba um e começa o outro.
A potência do playboy na caminhonete, do músico no amplificador, do soldado no fuzil, do apresentador nas ondas de TV, de qualquer um na amplidão positiva ou profundidade do negativo da sua conta bancária.
Meu ego no HD, minha memória, o que fiz e um tanto do que sou em RAM. Textos políticos, experiências, mensagens de começo e fim de amores. Seriam nossos softwares compatíveis? Ou tem razão e suas últimas atualizações deixaram meu modelo obsoleto e seu CD já não roda mais no meu disco rígido?
Será que no futuro teremos psicanalistas de sistema? “Conte-me mais sobre seu sistema operacional”, pergunta para nós e o laptop, no divã...
O transplante foi um sucesso. O computador passa bem, não houve problemas de rejeição ao novo HD e a memória está de volta, com uma velocidade de quando eu tinha uns 20 anos, com a experiência de 50. Sinto-me mais moço, mais vigoroso. Baixo músicas moderninhas pela web, arranjei uma nova comunidade de amigos no Orkut e coloquei uma foto toda-toda no meu Messenger. Oi, gatinha, sabia que minha conexão a cabo é banda larga? A minha esposa diz que eu estou vivendo a crise da meia idade, que antecede a minha total obsolência programada. E ironizou: acho até que você durou muito, já veio cheio de defeitos de fábrica. Deviam fazer era um recall...Ela anda muito engraçadinha.
Após uma sessão de bate-papo com um monte de gente querida que há tempos não vejo ao vivo desliguei-me, ops, desliguei o computador. E refletido na tela, vi meu próprio rosto. Pensei, sem extensões, arquivos ou conexões.
Eu sou apenas eu.
Confesso que fiquei um pouco assustado.
Tive uma impressão de que falava de mim. O HD sou eu? – perguntei-me Eu I (não acredito em reencarnação...). Sentia-me improdutivo, o tempo rendendo menos que meus colegas, como se menos esperto e capaz. O trabalho e stress acumulando, quase a me dar um pau. Seria mesmo eu, ou a minha extensão, os meus periféricos? Onde acaba um e começa o outro.
A potência do playboy na caminhonete, do músico no amplificador, do soldado no fuzil, do apresentador nas ondas de TV, de qualquer um na amplidão positiva ou profundidade do negativo da sua conta bancária.
Meu ego no HD, minha memória, o que fiz e um tanto do que sou em RAM. Textos políticos, experiências, mensagens de começo e fim de amores. Seriam nossos softwares compatíveis? Ou tem razão e suas últimas atualizações deixaram meu modelo obsoleto e seu CD já não roda mais no meu disco rígido?
Será que no futuro teremos psicanalistas de sistema? “Conte-me mais sobre seu sistema operacional”, pergunta para nós e o laptop, no divã...
O transplante foi um sucesso. O computador passa bem, não houve problemas de rejeição ao novo HD e a memória está de volta, com uma velocidade de quando eu tinha uns 20 anos, com a experiência de 50. Sinto-me mais moço, mais vigoroso. Baixo músicas moderninhas pela web, arranjei uma nova comunidade de amigos no Orkut e coloquei uma foto toda-toda no meu Messenger. Oi, gatinha, sabia que minha conexão a cabo é banda larga? A minha esposa diz que eu estou vivendo a crise da meia idade, que antecede a minha total obsolência programada. E ironizou: acho até que você durou muito, já veio cheio de defeitos de fábrica. Deviam fazer era um recall...Ela anda muito engraçadinha.
Após uma sessão de bate-papo com um monte de gente querida que há tempos não vejo ao vivo desliguei-me, ops, desliguei o computador. E refletido na tela, vi meu próprio rosto. Pensei, sem extensões, arquivos ou conexões.
Eu sou apenas eu.
Confesso que fiquei um pouco assustado.
segunda-feira, abril 11, 2005
A TROCA NA SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA
Emanoel Araújo pediu demissão da SecretariaMunicipal de Cultura, com uma impressionante carta de demissão: "Devolvo-lhe este cargo com uma enorme frustração" . Em um rasgo nas habituais mesuras e críticas-clichês do noticiário de política e cultura, críticas diretas e com conteúdo em José Serra, Claúdia Costin (secretária de Cultura do Estado) e Celso Frateschi (seu antecessor). Mais impressionante ainda foi a rápida e boa escolha de Serra para substituir Araújo. Carlos Augusto Calil é um grande nome para a secretaria de Cultura. Quando se imaginava que o prefeito fosse escolher um nome de dentro do PSDB, escolheu Calil, que chegou na prefeitura no começo do governo Marta, e segue tocando bem o Centro Cultural de São Paulo por três secretários. Com experiência administrativa, inteligência rara e afiada, e conhecimento que perpassam várias áreas da cultura (houve este problema do secretário sempre puxar a pasta para seu setor), não consigo imaginar nome melhor para o cargo. Vamos ver se vai dar certo e ter espaço. Mas Serra emendou bem nesta situação. A Serra o que é dele, né?
DICA DE LEIITURA
Amigo do peito
Texto interessante de Antonio Guilermo García Danglades, publicado noPlaneta Porto Alegre, sobre asmovimentações dos Estados Unidos nos bastidores diplomáticos da Organização dos Estados Americanos, entidade chave para julgar o que é "democracia" no continente, principalmente na Venezuela.
Entre ricos e milionários
O maravilhoso mundo dos serviços bancários para os muito, muito ricos, em matéria interessantíssima do Valor Econômico. Dê uma espiada pelo olho da fechadura e volte para a fila do caixa, que a coisa não é para o seu bico.
Texto interessante de Antonio Guilermo García Danglades, publicado noPlaneta Porto Alegre, sobre asmovimentações dos Estados Unidos nos bastidores diplomáticos da Organização dos Estados Americanos, entidade chave para julgar o que é "democracia" no continente, principalmente na Venezuela.
Entre ricos e milionários
O maravilhoso mundo dos serviços bancários para os muito, muito ricos, em matéria interessantíssima do Valor Econômico. Dê uma espiada pelo olho da fechadura e volte para a fila do caixa, que a coisa não é para o seu bico.
domingo, abril 10, 2005
DICAS DE LEITURA
- Pedro Alexandre Sanches é um dos raros jornalistas de cultura que a articula com um projeto e seu papel (causa&conseqüência) social, dentro de um mercado e este de uma sociedade, ao invés de pensar os lançamentos como produtos fechados e isolados de "bom" ou "mau" gosto, apenas para serem consumidos. Isso, mais o gosto pela reportagem e texto o diferenciam bastante. Reportagem sua na Carta Capital desta semana: TROPICÁLIA GIRATÓRIA
- Mário Sérgio Conti em excelente matéria sobre o Principado de Mônaco, e como o glamour esconde lavagem de dinheiro. Uma citação excelente dela: "E porque o capitalismo, estruturalmente, precisa de válvulas de escape, de paraísos fiscais."
Rainier: príncipe do paraíso
- Matéria do New York Times, traduzida na UOL, mostra como o modelo Microsoft de desenvolvimento de software, empurrando novos "produtos" e associados à eles mais "produtos", está velho e obsoleto, comparado aos conceitos de software livre e este setor como prestador de serviço, não vendedor de produtos. Por Randall Stross: Próxima versão do Windows valerá a espera?Fiz uma matéria faz pouco tempo sobre adoção de software livre no setor público para a revista da Fundap (quando estiver no ar, coloco o link aqui...). Algumas pessoas acharam que a matéria pendeu demais para o software livre. Mas: 1) A Microsoft simplesmente ignorou as perguntas encaminhadas à sua assessoria. 2) Na apuração, de fato não achei desvantagens, mas gente que com Windows de graça disse que havia redução de custos com a migração para Linux.
- Eu não concordo em nada com Maílson da Nóbrega, representante do pior conservadorismo financeiro e político. Posto isso, acho interessante ler sua análise, porque burro ele não é, tanto na escolha da pauta quanto na defesa do seu ponto-de-vista, que é o do capital financeiro para quem sua consultoria (Tendências) trabalha. É inteligente, inclusive ao fazer neste texto o senão, e depois fugir da discussão, sobre a sustentabilidade ambiental do modelo neoliberal que defende e ao não apontar a crescente desigualdade no acesso aos bens e serviços, exploração do trabalho, incapacidade (mais desinteresse) de lidar com problemas como as epidemias de AIDS e malária e estímulo à conflitos bélicos, entre outras questões, geradas por este mesmo modelo.
Era o papa anticapitalista?
- Mário Sérgio Conti em excelente matéria sobre o Principado de Mônaco, e como o glamour esconde lavagem de dinheiro. Uma citação excelente dela: "E porque o capitalismo, estruturalmente, precisa de válvulas de escape, de paraísos fiscais."
Rainier: príncipe do paraíso
- Matéria do New York Times, traduzida na UOL, mostra como o modelo Microsoft de desenvolvimento de software, empurrando novos "produtos" e associados à eles mais "produtos", está velho e obsoleto, comparado aos conceitos de software livre e este setor como prestador de serviço, não vendedor de produtos. Por Randall Stross: Próxima versão do Windows valerá a espera?Fiz uma matéria faz pouco tempo sobre adoção de software livre no setor público para a revista da Fundap (quando estiver no ar, coloco o link aqui...). Algumas pessoas acharam que a matéria pendeu demais para o software livre. Mas: 1) A Microsoft simplesmente ignorou as perguntas encaminhadas à sua assessoria. 2) Na apuração, de fato não achei desvantagens, mas gente que com Windows de graça disse que havia redução de custos com a migração para Linux.
- Eu não concordo em nada com Maílson da Nóbrega, representante do pior conservadorismo financeiro e político. Posto isso, acho interessante ler sua análise, porque burro ele não é, tanto na escolha da pauta quanto na defesa do seu ponto-de-vista, que é o do capital financeiro para quem sua consultoria (Tendências) trabalha. É inteligente, inclusive ao fazer neste texto o senão, e depois fugir da discussão, sobre a sustentabilidade ambiental do modelo neoliberal que defende e ao não apontar a crescente desigualdade no acesso aos bens e serviços, exploração do trabalho, incapacidade (mais desinteresse) de lidar com problemas como as epidemias de AIDS e malária e estímulo à conflitos bélicos, entre outras questões, geradas por este mesmo modelo.
Era o papa anticapitalista?
HERÓI E A TODA PODEROSA CHINA
Herói é um filme impressionante. A mitologia (o filme é uma narrativa de "formação nacional"), a composição visual perfeita, o jogo de cores e versões, as construções de cenas com milhares de figurantes (e efeitos especiais), os personagens sobre-humanos. E o contexto político de forma e conteúdo, por trás de tudo isso, parecem repetir a todo o tempo: "A China vai dominar o mundo, a China vai dominar o mundo". A metáfora pró governo comunista "imperial" e centralizado, pró seu planejamento silencioso e paciente, pró unidade e superioridade chinesa, pró coletivo acima do individual é tão bem feita que faz do filme ao mesmo tempo grande arte e propaganda. Em muitos campos os chineses começam a rivalizar com os norte-americanos. O fato de Herói ter ficado duas semanas em primeiro lugar na bilheteria dos EUA mostra que no cinema eles também começam a chegar lá. Mais sobre os filmes de Zhang Yimou (não vi ainda o "Clã das adagas voadoras") na sempre ótima coluna de Ricardo Calil no nominimo O grande circo chinês no cinema. Mais sobre outro tentáculo do poder chinês no Estado de S. Paulo de hoje, com o pedido de entrada do país no Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (BID) em Dilema no BID: ter China como sócia. As matérias fechadas para assinantes podem ser pedidas para envio no e-mail chrispiniano@yahoo.com.br
Avaliação do governo Serra na Folha de S. Paulo
Impressionante: Hoje, Marta ganharia eleição de Serra e Início da gestão Serra frustra 70% dos paulistanos, avalia Datafolha
Ontem (09/04) , o Estado de S. Paulo publicou matéria sobre a proposta de renegocição da dívida de São Palo, feita pelo prefeito José Serra ao Ministro da Fazenda, Antonio Palloci. As mudanças representam uma redução de R$11 bilhões no valor da dívida. Após se dedicar sistematicamente a destruir a imagem do governo Marta, Serra parte para uma complexa disputa/negociação com o governo federal. Se a imagem de Marta realmente ficou no chão, parece-me que foi mais por "mérito" próprio da prefeita nos últimos 3 meses do seu governo (e a oposição cerrada da imprensa) . Quanto a Serra, principalmente como mostram os problemas no transporte da cidade, a má imagem de uma não significa boa avaliação do seu governo.
Dado curioso da pesquisa é a melhor avaliação entre os mais ricos. Este era a disputa real na eleição, e é isso que Serra está implantando: um governo de viés elitista (vide o conceito que ele tem de "revitalizar" o centro) para manter as diferenças e delimitar territórios na cidade, além de fustigar o PT, governo municipal passado, federal presente e qualquer um futuro, e servir de plataforma para vôos maiores de Serra.
O problema que a pesquisa Datafolha bem indica é que a prefeitura de São Paulo é um cargo "carregado", como o governo do Rio de Janeiro. Tem tanto problema, encara uma situação de caso tamanho para sua capacidade adminsitrativa, que enterra o futuro de qualquer político, mas se um dia alguém fizer um grande governo sai de lá com chance de até ser presidente.
PS:O Estado noticia também problemas do Secretário Municipal de Cultura, Emanoel Araújo, com Serra. É um dos melhoresnomes apontados pelo prefeito, e vinha tentando equilibrar os problemas de falta de recursos da pasta e negocar com a classe artística. Mais um mal sinal.
Ontem (09/04) , o Estado de S. Paulo publicou matéria sobre a proposta de renegocição da dívida de São Palo, feita pelo prefeito José Serra ao Ministro da Fazenda, Antonio Palloci. As mudanças representam uma redução de R$11 bilhões no valor da dívida. Após se dedicar sistematicamente a destruir a imagem do governo Marta, Serra parte para uma complexa disputa/negociação com o governo federal. Se a imagem de Marta realmente ficou no chão, parece-me que foi mais por "mérito" próprio da prefeita nos últimos 3 meses do seu governo (e a oposição cerrada da imprensa) . Quanto a Serra, principalmente como mostram os problemas no transporte da cidade, a má imagem de uma não significa boa avaliação do seu governo.
Dado curioso da pesquisa é a melhor avaliação entre os mais ricos. Este era a disputa real na eleição, e é isso que Serra está implantando: um governo de viés elitista (vide o conceito que ele tem de "revitalizar" o centro) para manter as diferenças e delimitar territórios na cidade, além de fustigar o PT, governo municipal passado, federal presente e qualquer um futuro, e servir de plataforma para vôos maiores de Serra.
O problema que a pesquisa Datafolha bem indica é que a prefeitura de São Paulo é um cargo "carregado", como o governo do Rio de Janeiro. Tem tanto problema, encara uma situação de caso tamanho para sua capacidade adminsitrativa, que enterra o futuro de qualquer político, mas se um dia alguém fizer um grande governo sai de lá com chance de até ser presidente.
PS:O Estado noticia também problemas do Secretário Municipal de Cultura, Emanoel Araújo, com Serra. É um dos melhoresnomes apontados pelo prefeito, e vinha tentando equilibrar os problemas de falta de recursos da pasta e negocar com a classe artística. Mais um mal sinal.
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