domingo, abril 24, 2005

CIÚMES DA MUSA

Faz uns dois meses, vi show de Paulinho da Viola no Sesc Pinheiros, no qual apresentou duas músicas novas. Sambas românticos, que cantam aquela dor-de-cotovelo lírica tão própria do autor de "Guardei minha viola". Desde então fiquei pensando que "da Viola" é muito bem casado faz décadas, e continua escrevendo estas letras de dor de amor. A mulher dele não tem ciúme de tanta inspiração, não? Ele fala o que, que é ela a musa das suas canções? "Não vem com essa, Paulo. Eu só te trato bem, estou sempre presente, companheira, mãe dos teus filhos, e você só fala em desilusão, desilusão, dança da solidão? Ainda vem com este papinho que compôs esta cheia de saudade pensando em mim? Confessa, para quem é esta daí hein? Para aquela Neusinha do teu passado que você diz que esqueceu?" Fico só imaginando.

PS: Uma das maiores alegrias da minha curta carreira de jornalista foi ter recebido um telefonema em um bar de hotel, de Paulinho da Viola avisando que não poderia vir e pedindo para marcar a entrevista para o dia seguinte. É muito legal atender o telefone e ouvir "Oi, aqui é o Paulinho da Viola", como se dizer seu nome, com aquela voz bela e calma, não fosse um pleonasmo do conteúdo perante a forma.

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