terça-feira, março 27, 2007
VQP - 3 artigos sobre insegurança
A Veja já foi definida uma vez como a revista “da classe média assutada”. Três artigos, de Lya Luft, Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo, tratam de violência. É claro que a violência no Brasil não é normal. E é claro que ela assusta a classe média. Porque embora os índices de mortes por homicídio entre a classe média não sejam muito acima dos de primeiro mundo, os crimes contra o patrimônio e a ameaça de violência nos espaços públicos são constantes. E os efeitos da violência não estão só no ato, mas também no medo de que o ato possa ocorrer, na sua possibilidade. O desafio de escrever, e tratar, sobre violência é manter a indignação, porque de fato é absurdo, mas não cair na sua versão vazia de basta que não compreende e que a reforça. Basicamente, realimentando o paradoxo de que quem alimenta as estatísticas da violência, a morte de jovens de periferias, e quem mais sofre com as políticas que supostamente deveriam combater a violência (afinal, todos sabemos que o que realmente se advoga é menos reduzi-las e mais confiná-la aos seus limites geográficos e sociais “aceitáveis”). Eu vou passar de comentar o artigo do Azevedo, com duas exceções: 1) Ele não resiste a tentação de atacar a esquerda em todos os seus textos...2)Embora ele coloque ressalvas, nas passagens sobre o humanismo, a tese de que a moral só pode advir de uma religião é mais um capítulo do preconceito e da incapacidade de compreensão que os religiosos têm dos ateus. Proponho a seguinte pesquisa ignóbil: analisar a moral e a criminalidade em dois países vizinhos do Leste Europeu, recém saídos do comunismo e ingressos na União Européia: a de maioria atéia República Tcheca e a fortemente católica Polônia. Para quem não tiver mais nada, nada o que fazer...
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Um comentário:
Triste o que se faz em nome de deus. Verdadeiro instrumento de manipulação das massas, encaro as religiões como ignóbeis industrias Sou ateu e só eu sei o quanto sofro pela minha opção.
É triste ver a proliferação de igrejas e mais igrejas, que precisam usar a imaginação para suas novas denominações, sendo que o índice de criminalida não se altera. Prefiro a minha opção.
Douglas Quina
Mogi Guaçu - SP
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