Este é o tom da Carta ao leitor desta semana. Óbvio que por um lado ela beira o ridículo caipira, com seu “índice Starbucks”.
“Imaginemos agora um Índice Starbucks. Seria um indicador baseado no desempenho das cafeterias da rede americana instalada em quase quarenta países e serviria para medir a capacidade empreendedora de cada uma dessas nações, bem como o potencial de consumo de suas populações. Aonde se quer chegar? A uma informação publicada na seção Holofote desta edição. No espaço de uma simples nota, há uma notícia que esclarece muito sobre o estado atual da economia brasileira: as duas primeiras lojas da Starbucks abertas no país em dezembro, ambas em São Paulo, já ocupam o topo do ranking de atendimento a clientes das cafeterias da rede mundial.”
Olha, só dá para entender isto como besteirol intencional, para este e outros caírem de patinho e a revista gerar comentário. Eles estão falando sério? Quando saiu aquela matéria imensa, de capa, sobre a chegada da Starbucks no Brasil, muita gente no meio disse: “não pode ser, isto é jabá”. Mas eles são tão marquinhos que não sei...Eles acham que duas lojas novidadeiras na região sudoeste de São Paulo simbolizam qualquer coisa? Nossa...
“Não poderia existir momento mais propício para que Brasília desse um empurrão pondo para andar as reformas tributária, previdenciária e trabalhista e, assim, arrancar os grilhões que ainda aprisionam a economia. Isso ajudaria a levar o Índice Starbucks a todo o parque produtivo brasileiro com as previsíveis e extraordinárias conseqüências para a paz social e a elevação do padrão de vida de todos os brasileiros.”
Olhe. Existem mudanças tributárias (mais), previdenciárias (algumas) e trabalhistas (menos) que provavelmente seriam interessantes. Simplificar a tributação e cobrar no destino, não na origem do produto seria justo, mas isso sempre é barrado por São Paulo. Aprovar idade mínima de aposentadoria de 65 anos para a maioria das carreiras com nível superior e em alguns setores do funcionalismo público, por exemplo, poderia ser uma idéia aceitável, mas os neoliberais feitores que defendem a reforma querem descê-la sobre o lombo dos mais pobres...O problema no “rumo certo” que se quer com estas reformas sem se pronunciar é regredir os custos e condições da mão-de-obra brasileira aos níveis da indiana e chinesa. É o tipo de projeto de país que grande parte da nossa elite (lógico, há exceções) está viciada em pensar. Ela não quer, nem acredita, no desenvolvimento em parceria, e para, melhorar a vida da maior parte da população. Dureza...
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