Fidel escreveu mais um artigo contra o etanol, agora especificamente contra o feito a partir de cana-de-açucar, no Brasil. A sua inspiração foi um documentário da ativista brasileira Maria Luisa Mendonça. Ele não precisa mentir para apontar problemas no combustível, como a superexploração dos trabalhadores, e os danos a terra e a água. São fatos. Mas esta militância contra o etanol assumida por Fidel, que surpreende (grande parte da esquerda sempre defendeu biocombustíveis, e o petróleo tem problemas maiores que ele...) se explica, na minha opinião, e acho impressionante não ter visto comentários sobre isso, por dois motivos que combinam política energética e geopolítica (aliás, ambas são casadas com comunhão de bens). O primeiro é óbvio, sua aliança com a Venezuela exportadora de petróleo e dona de uma diplomacia baseada em hidrocarbonetos e seus rendimentos. O segundo é que Cuba sempre teve tradição de produção de cana-de-açucar, e em despacho da Associated Press, empresários americanos divagam abertamente sobre uma "Free Cuba" como fornecedora potencial de etanol para o país.
O problema de Fidel com o etanol pode ser resumido da seguinte forma: se o Brasil seria a "Arábia Saudita" do biocombustível, Cuba tem tudo para se transformar no "Iraque" do etanol. A potencialidade econômica do combustível pode estimular a beligerância norte-americana.
Esta é a razão não dita para as preocupações de Fidel com o assunto. Seu último artigo pode ser lido no link abaixo:
http://www.granma.cu/espanol/2007/mayo/mar15/lo-que-aprendimos-del-vI-encuentro-hemisferico-la-habana.html
terça-feira, maio 15, 2007
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